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João Marecos

Escola: FDUL
Mandato 2012-2013

Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, é advogado em Portugal e em Nova Iorque, onde estudou na NYU com uma bolsa Fulbright. É General Counsel em empresas na área da tecnologia e das ciências da vida e fundou, em 2019, a Ockham Legal, uma proposta inovadora de serviços jurídicos para Startups. É consultor na Organização Mundial de Saúde. É um dos autores da página “Os Truques da Imprensa Portuguesa”. É também o líder do projeto 100 Oportunidades.



João Marecos foi um dos mais importantes presidentes da história da Associação Académica da Universidade de Lisboa pelo período determinante que viveu enquanto estudante e dirigente associativo: a histórica fusão entre a Universidade de Lisboa e a Universidade Técnica de Lisboa.

O mandato de 2012-2013 ficou fortemente marcado pelo acompanhamento constante do processo de fusão. A Associação Académica da Universidade de Lisboa assumiu uma decisiva e central importância junto da comunidade estudantil como voz representativa de todos os estudantes, tendo estado representada nas reuniões de comissão estatutária que levaram à redação dos atuais estatutos da Universidade. O processo de fusão veio significar um aumento do número de estudantes que compõem a maior Universidade portuguesa, reforçando a necessidade da existência de uma forte e estável estrutura universal de representação da massa estudantil.

A Direção de João Marecos, que contava com José Pereira, da Faculdade de Medicina, como Vice-Presidente da Intervenção Académica, e Daniel Albino, da Faculdade de Direito, como Secretário-Geral, desenvolveu uma importante ação junto de todos os estudantes da Universidade de Lisboa, na sua antiga realidade, durante todo o processo de discussão dos Estatutos da nova Universidade de Lisboa e realçou a importância de delinear o futuro da AAUL no pós-fusão para que a Associação Académica continuasse a ter uma presença forte e constante na nova realidade.

A AAUL foi uma apoiante da fusão desde a primeira hora, tendo caminhado em conjunto com os reitores nesse processo, participando em discussões, trazendo estudantes para os debates e marcando a agenda no antigo Senado com os temas mais relevantes. A nova ULisboa foi também construída pela Associação Académica da Universidade de Lisboa na plenitude da sua atuação, do seu esforço e da sua dedicação ao sonho da academia de Lisboa.

Esta importância da AAUL vai ficar evidenciada, em grande parte, no célebre discurso do Presidente João Marecos na Abertura do Ano Académico de 2012/2013 e na sua presença no evento de mesa redonda sobre o tema: “Ensino Superior em Portugal, que futuro?” que reuniu grandes figuras da academia de Lisboa e da sociedade portuguesa num evento centrado no ensino do nosso país.

Não obstante a importância da Fusão no mandato da Direção de João Marecos, o corpo de dirigentes da AAUL do presente mandato vai procurar consolidar a efetivação da estrutura junto dos estudantes nas suas diversas áreas de atuação.



De realçar que assistimos, durante o mandato do presidente João Marecos, à contestação do regime de bolsas do ensino superior: realidade que se estende ao longo dos anos e que foi merecendo críticas por parte do movimento estudantil. Como estratégia no combate ao abandono escolar no Ensino Superior, a AAUL em cooperação com o movimento estudantil a nível nacional levou a cabo um conjunto de iniciativas com vista a materializar o descontentamento de todos os estudantes da Universidade de Lisboa em ações de reivindicação dos direitos dos estudantes do nosso país.

O mandato de João Marecos vai também ficar marcado pelo fortalecimento das relações institucionais com os demais parceiros. A boa e sólida relação com a Universidade de Lisboa e os seus dirigentes e com as demais associações de estudantes permitiu uma atuação cooperante e mais eficaz. Pela primeira vez, sob a batuta de Diogo Barbosa, Vice-Presidente das Atividades Académicas, e Rui Figueiredo, Vogal do Recreativo, estudantes da Faculdade de Ciências, foi organizada uma festa na Reitoria organizada por todas as Associações de Estudantes da Universidade de Lisboa, que trabalharam em conjunto para recolher fundos. A parte dos lucros que coube à AAUL foi entregue, sob a forma de cheque, por João Marecos em nome da AAUL, ao Reitor Sampaio da Nóvoa, para reforço do orçamento do programa de bolsas a alunos carenciados da Universidade.

A AAUL saiu também fortalecida nas suas relações externas ao âmbito da Universidade de Lisboa. Para além de termos assistido à crescente presença da AAUL nas plataformas nacionais de discussão sobre as temáticas do ensino superior, foi também durante este mandato que os estudantes da UL se fizeram representar na World Student Environmental Summit, na Suíça, e na conferência UNICA, em Oslo.

Finalmente, este foi o mandato do restabelecimento da saúde financeira da AAUL, depois de uma fase inicial turbulenta e dos fantásticos esforços de recuperação financeira nos mandatos dos Presidentes André Moz Caldas e Tiago Gonçalves. A AAUL, no final do mandato de João Marecos, contava com uma situação financeira sustentável, capaz de suportar pelo menos durante dois mandatos o nível de despesas típicos da associação. Pela primeira vez na sua história, e com a aprovação de todas as associações, foi constituído em nome da Associação um instrumento de poupança de médio prazo, destinado a assegurar

o futuro da associação. No final do seu mandato, João Marecos, em nome da sua direção, destinou as seguintes palavras aos dirigentes associativos que lhe sucediam:



“Se uns mancham com oportunismo esta outrora tão nobre tarefa associativa, cabe-nos a nós, com brio e rectidão, limpá-la e dar-lhe de novo a imagem que teve. Podemos, e neste último mandato conseguimos sê-lo, o factor que determina se um colega recebe ou não bolsa; tem ou não possibilidade de se manter na Universidade; recebe ou não um dos apoios extraestaduais disponíves. Não podemos salvar o Ensino Superior nem resgatar o Estado Social, mas à frente de uma Associação, podemos fazer a diferença na vida daqueles que hoje, vocês, jurarão defender. Não esperem aplausos. O grosso do vosso trabalho não será notado, não será agradecido e poderá, até, ser negado. Pouco importa. Ajam sempre como se estivessem a ser observados. Tenham presente que, por muito que o associativismo vos valorize, em currículo e em experiência, não fazemos este caminho só por nós mas, sobretudo, pelos outros. E no fim, com ou sem aplausos, com ou sem reconhecimento, com ou sem agradecimentos, estarão tranquilos e de missão cumprida.”

Foi assim, tranquilo e com sensação de missão cumprida, que terminou o seu mandato.

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